quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ofertas de Emprego

Animador(a) Sócio-Cultural - Caldas da Rainha


Oferta Nº: 587562721
Sector de Actividade da Entidade: AC SOCIAL PARA PESSOAS IDOSAS,COM ALOJAMENTO Profissão PretendidaProfissão: ANIMADOR SÓCIO CULTURAL (M/F)
Número de Postos: 1Local Trabalho
Freguesia(s): S. GREGÓRIO;Habilitações escolares
Habilitações Mínimas: 9º Ano
Horário TrabalhoHorário: PART TIME - 14.30 AS 18.30 Descanso Semanal: SAB. E DOMINGO
CondiçõesConhecimentos Profissionais: ANIMADOR/A CULTURAL PARA DESENVOLVER ACTIVIDADES COM GRUPOS DE IDOSOS EM LAR
Outros DadosTipo de Contrato Oferecido: A TermoDuração: 3 (meses)Trabalho a Tempo: Parcial Remuneração oferecida: 250 Euro
Outras Regalias: ALIMENTAÇÃO

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E ainda sobre os Educadores

Pedagogia Social, cidade educadora e «especialistas de mãos vazias»

De «mãos vazias», sem trunfos escondidos na manga, sem receitas miraculosas e sem respostas prontas, mas com dedicação, profissionalismo e sentido ético, os educadores sociais podem dar um contributo decisivo na realização prática do ideal de uma educação para todos, durante toda a vida.(Isabel Baptista. A PÁGINA. Set. 2000)

Quando há quatro anos escrevia um texto intitulado «especialistas de mãos vazias», não adivinhava a força dessas palavras. A expressão não é minha, colhia-a de um texto de Jean Vassileff, e, a avaliar pela opinião de alguns académicos, ao recorrer a ela para designar os técnicos que assumem a pedagogia social como um saber matricial, concretamente os chamados educadores sociais, terei involuntariamente contribuído para o obscurecimento da sua imagem profissional. Porém, parece que os educadores se reconhecem nessa metáfora, de tal forma a têm feito sua. Reproduzida numa multiplicidade de contextos e, tantas vezes, utilizada como «senha» de identificação entre pares, ela continua a servir de pretexto a mensagens vindas por correio electrónico, deste e do outro lado do atlântico. Surpreendentes testemunhos de um espaço profissional que tem valor e sentido, mas ainda pouco conhecido e reconhecido, esses registos precisam saltar as fronteiras de uma «comunidade virtual», alimentada apenas nos circuitos de comunicação do cibermundo. Por isso estamos aqui, de novo, reforçando o apelo à participação num espaço de escrita profissional que possa funcionar como lugar de encontro, partilha, reflexão e debate. Um espaço que, afinal, só poderia ser este mesmo, o que dá pelo nome de «cidade educadora». Adoptando a educação como prioridade estratégica nas suas dinâmicas de desenvolvimento, as cidades educadoras constituem um campo privilegiado para a acção dos técnicos capacitados para o trabalho sócio-educativo – como é o caso destes «especialistas». O seu saber profissional de referência é a pedagogia social, a ciência da educação que tem por objecto de estudo a praxis educativa em contexto social, na pluralidade das suas formas e dimensões. Seja ao nível da educação de adultos; da educação especial; da educação laboral e ocupacional; da educação para o tempo livre; da educação cívica; da educação comunitária; da educação para a saúde; da educação penitenciária; da educação intercultural ou educação ambiental, a função sócio-educativa é equacionada, planificada e reflectida, a partir de um saber teórico abrangente, apoiado no contributo de diferentes ramos disciplinares, como a filosofia, a psicologia, a sociologia ou a antropologia.Uma mais valia em termos de formação que, paradoxalmente, tende a ser geradora de angústia e frustração. Na verdade, chamados a dialogar com uma pluralidade de técnicos e de serviços, os pedagogos sociais acabam por sentir-se vulneráveis quando confrontados com discursos, aparentemente, mais especializados. O que, de certa maneira, explica a procura crescente de formação pós-graduada, mestrados e doutoramentos. Facto revelador, também, do grau de exigência pessoalmente assumido ao nível do desempenho profissional. Nas escolas, nos centros de saúde, nos hospitais, nas prisões, ou nas associações cívicas, no acompanhamento de indivíduos ou em dinâmicas comunitárias, os educadores desenvolvem uma acção importantíssima na mediação entre pessoas, instituições ou projectos. Assumindo-se como profissionais da relação, trabalham na zona de contacto e de sensibilidade intersubjectiva, ajudando a desenhar uma geografia de proximidade humana, feita de «nós» e de laços comunitários. Deste modo, asseguram que os processos educativos mantenham a ligação ao sentido fundador, ou «centralidade subterrânea», como lhe chamou Michel Maffesoli. Está na hora, pois, de dar visibilidade a esse saber fazer, a essa forma, paciente e discreta, de construir a vida em comum, fundando-a num solo antropológico fundamental. O apelo fica feito. Escrevam, enviem notícias, textos sobre o que vivem e sentem, sobre o modo como o vivem e sentem, relatos de experiências, propostas, testemunhos de reflexão. Encontramo-nos aqui, no lugar de sempre

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A Página publicou um artigo que gostaria de partilhar com todos os Educadores

A educação social é um contributo indispensável à formação de cidadãos
As nossas escolas estão repletas de tralha. Os políticos atiraram lá para dentro com todos os problemas que não são capazes de resolver noutras instâncias. As várias instituições sociais entraram em crise e é à escola que se pede que as substitua. Se a família não educa, a escola que o faça. Se as igrejas perderam influência, a escola que promova a fé e dê a educação religiosa. Se a sociedade não educa, e não ocupa, a escola que o faça. Agarrados a esta perspectiva, os governos vão pedindo à escola tudo, e pedindo tudo fazem com que ela seja, cada vez mais, uma instituição que não dá nada.Se agora a sociedade é outra então organize-se a nova resposta. Assuma-se com clareza a distinção entre o conhecimento científico e tecnológico e o conhecimento social. Ou seja, a educação científica e tecnológica e a educação social. Estas duas componentes educativas ganham se forem consideradas na sua especificidade. Cada uma precisa dos seus educadores, formadores e estruturas apropriadas. Sem perderem as condições de diálogo e de complemento devem ser, no futuro, encaradas separadamente. Chamemos educação escolar à primeira e educação social à segunda. O futuro sistema educativo é composto pelos dois sub-sistemas, o ensino e educação escolar e a educação social. Em jeito de caricatura, dir-se-ia que um requer laboratório de física, o outro sala de dança.O sistema escolar deve livrar-se de muitas das suas novas incumbências. Os seus esforços devem concentrar-se na aprendizagem da ciência e da tecnologia. O tempo que requer deve destinar-se a essa função. Deve por isso libertar os alunos para que estes possam frequentar, naturalmente, o sistema de educação social. É neste último que os alunos encontrarão um espaço privilegiado de reforço da socialização e de formação da sua consciência cidadã. Não se perca de vista que o cidadão do nosso tempo não passa sem a educação científica e tecnológica — educação escolar — e sem a educação social. Ambas são indispensáveis à formação do cidadão do século XXI.Em nosso entender a educação escolar é não só nacional como universal. Pode ter uma orientação central. Deve organizar-se de modo a permitir a mobilidade dos cidadãos não só no espaço nacional mas também no espaço internacional. Aprender matemática em Portugal não deve ser diferente de a aprender em Espanha ou na Alemanha.A educação social deve ter como impulsionadores os municípios. Ela organiza-se a nível local. É um meio de combater a desertificação social e cultural das nossas comunidades. Destina-se não só aos jovens mas está aberta a toda a população. Relaciona-se com o sistema escolar, com as empresas, com as organizações culturais e com todas as instituições que visem promover a elevação do nível educacional e cultural da população portuguesa. É uma forma de aprender, mas é, também, uma forma de viver.Na educação social estão incluídas áreas de formação como a educação para a saúde, a educação rodoviária, a educação ética e social, a educação para as artes, a educação desportiva, ou seja, todo um conjunto de aprendizagens e actividades consideradas indispensáveis à formação integral de um cidadão mas que, pela sua natureza, não se incluem na aprendizagem técnica e científica do sistema escolar formal.Esta área de educação conta com a participação de agentes educativos próprios, que não professores, nomeadamente especialistas da área do teatro, da música, da saúde, do desporto, sendo encarada como um espaço de fruição cultural e de aprendizagem ao longo da vida, proporcionando não só uma oportunidade de prolongar a aprendizagem de uma determinada área de interesse como também proporcionar um encontro inter-geracional, onde os antigos aprendizes possam ser mais tarde os novos mestres.

Recolha: Ricardo Jorge Costa
Organização do texto: Ricardo Jorge Costa e José Paulo Serralheiro